A vida seguiu seu rumo, eu consegui várias coisas pelas quais eu sempre lutei e vi que nenhuma dessas coisas me transformou na pessoa que eu pensei que me tornaria se tudo que conseguisse fosse realidade. Eu condicionei a minha felicidade a acontecimentos e realizações externas, a lutas- algumas praticamente impossíveis e até por isso, sem a menor razão, quase um desperdício de energia- e lutei por tudo para que provasse para mim mesmo que era capaz de vencer.
Eu li essa última postagem, de 2010 e não entendi nada. Por que deixar a minha vida sob responsabilidade dos outros? Mas foi muito importante reler um post antigo, pois eu vi que na verdade, foi exatamente isso o que eu fiz. Eu, por um tempo deixei a minha vida sob responsabilidade de outra pessoa e durante um bom tempo lutei com todas as minhas forças para “provar” que era capaz de retomar o controle da minha vida. Tanta luta, tanta competição… Acho que ganhei, mas no final, cadê o pódio? Aonde estão as medalhas? Os aplausos e o depois do fim?
Lutei, venci e provei que sou capaz mas esqueci que não precisava provar nada para ninguém. Esqueci que o caminho era tão belo e tão complexo quanto a chegada. Cheguei, mas e daí? Olho para trás e tenho sim, orgulho das minhas atitudes, mas de algumas paisagens eu simplesmente não me lembro. Na verdade eu só me lembro de, durante o caminho estar tão obcecada pela linha de chegada que não me concentrei no caminhar. Durante muito tempo, caminhei sozinha, e fiquei tão condicionada às metas e chegadas que durante um bom tempo esqueci quem eu era durante o caminho, focada em quem seria quando vencesse.
Hoje em dia, eu vi que nada faz sentido e que a vida pode muito bem ser injusta, ou não, mas que a consequência do passado não é o futuro e sim o tempo que fica entre o passado e o futuro- o presente. Que só pode ser vivido naquele momento e as sensações que só podem ser sentidas uma vez para depois virar uma vaga lembrança e no fim, mais que a lembrança de um futuro promissor, o que vivemos é um presente encantador, ou não. E as minhas lembranças do meu passado se resumem à esperança de um futuro brilhante que nunca mais chegará. E por isso doeu e dói tanto!
E o medo de sofrer pelo futuro inexistente, me fez viver um presente cada vez mais constante e solitário e não mais esperar tanto por um futuro promissor. Mas chegou um momento em que o futuro virou um medo e todo presente que remetesse a um futuro promissor ou a qualquer possível projeção de uma vida perfeita, virou um tormento, pois eu não aguentaria mais ter que esquecer o futuro que nunca acontecerá.
E como proteção, para não sentir a dor da perda do futuro amoroso e promissor eu fiz tudo que podia fazer para pensar nas metas que gostaria e para encontrar as respostas dos “e ses” que eu não vivi. Eu obtive as resposta que eu queria, tive todas. Parece que o tempo voltou e que eu pude retomar ao ponto anterior a decisão que mudou o curso da minha vida e que, eu tanto me perguntei porque teria escolhido.
E essa passagem para o passado no futuro, esse lapso temporal em constante mudança e o retorno à proposta que havia deixado de viver me fizeram ver que tudo, absolutamente tudo é uma experiência. E cada experiência compõe quem eu sou. O retorno e a segunda chance não farão com que a dor da perda do futuro deixe de existir. Porque aquele futuro nunca vai existir senão nas minhas lembranças do meu passado. E o meu passado traduzido na possibilidade de um futuro iminente faz parte do que eu sou e não, não vai adiantar fingir que não me importo. Olhar para fora e buscar no mundo externo o que eu julgava ter perdido enquanto olhava para dentro.
Todas são oportunidades e esquecer de mim, esquecer do meu corpo não vai fazer com que essas lembranças desagradáveis deixem de existir. Ficar acima do peso e não olhar para dentro, além de não fazer com que as lembranças ruins sumam ainda não me deixarão livres para viver uma nova experiência. NOVA! E pode ser tudo o que tiver que ser, menos igual a experiência anterior.
Não tem mais recompensa, não tem pódio e nem linha de chegada. E nem tem com quem competir. Eu já venci as duas competições, e já sei quais são as consequências dos “e ses” dos dois ou três. E agora eu vivo uma realidade e prioridades que eu nunca havia planejado, mas que é simplesmente a parte mais importante da minha vida. E agora chegou a hora de parar de competir, de parar de olhar para fora e começar a olhar para dentro. E permanecer gordinha não vai me impedir de sofrer…. da mesma forma como não me impediu anteriormente. Ser a pessoa que eu era- com o peso que eu tinha e as conquistas que eu tive- não vão me fazer voltar as dores que eu tive, da mesma forma que carregar e assumir os quilos extras não farão com que eu nunca mais sofra.
Eu fui muito feliz e com certeza serei feliz novamente. Eu sou muito grata a tudo e todas as pessoas maravilhosas que entraram na minha vida. Até as que me fizeram mal, me fizeram bem e não vou mais ter medo de sofrer pelo futuro inexistente porque eu mereço, e já sou, muito feliz! Estou, sem dúvida no melhor momento da minha vida, um momento de renovação e de muito, mas muito amor. E eu mereço me amar e gostar do meu corpo. Emagrecer não é mais o pódio, o estilo de vida é o caminho e eu vou ser ainda mais feliz e plena!
E a partir de agora, vivendo com mais leveza e me amando cada vez mais… Eu vou seguir um novo caminho e me abrir novamente para as coisas boas que o meu corpo pode me proporcionar e já está proporcionando. Só falta eu começar a me reconhecer nas fotos! Vou ficar assim, novamente pois é assim que eu me reconheço e que me vejo.. É assim que eu sou feliz (no lapso temporal que for) e é assim que todos irão me reconhecer:
O que eu sinto mais falta é do meu rosto, nesse dia… pois esse dia, assim tão simples e tão despretenciosamente, foi um dos dias em que eu mais me amei…. e só dependeu de mim.. eu, sozinha, um espelho e uma câmera (sem filtro).
Eu preciso muito me amar novamente, me ver novamente e me amar, independente de quem me ame ou do quanto me sinta amada. E isso não é um manifesto da solidão, pois eu já disse que venci todos os “e ses” e agora eu sinto só vontade de me amar novamente, e assim atrair pessoas que me amem, como eu sou!
Eu já comecei e quis fingir que não precisava de emagrecer… Mas eu preciso urgentemente ser feliz com a minha imagem novamente… Na verdade, transmitir para o mundo a felicidade que eu sinto… Hoje, um saxofone é o que me faz mais feliz! E ele ainda não havia entrado na minha vida nessa época aí da foto… Mas agora, que entrou, ele merece que eu seja tão, mas tão feliz e irradie a felicidade como nessa foto. Eu sinto saudades de mim….
Emagrecer não é o fim… é o meio….
Mudar e me cuidar é preciso, senão a vida vai me mudar mais uma vez! E vida, por favor, agora vamos fazer essa mudança com muito amor, porque na dor eu já aprendi! 🙂
-Tem um saxofone, uma tatuagem e mais 14Kg aí e essa é provavelmente uma das únicas fotos de agora e feliz que você vai ver por aqui porque depois das da festa de sábado eu não tiro mais nenhuma com câmeras alheias! rs…. Estou tão feliz, o sax mudou tanta coisa, que acho muito injusto não transmitir essa felicidade para o mundo!
Chegou a hora de mudar de dentro prá fora…..
Vou postando as novidades e muito mais que uma dieta, aliás muito mais que tudo que eu já fiz, agora a felicidade é o caminho e o caminho é o amor. E se eu fosse você, me acompanhava porque vão acontecer muitas coisas legais, muito mais legais que comidas calóricas porque eu não preciso disso prá ser feliz e, consequentemente, vão embora rapidinho, 14 Kgs. E você vai ver alguém se (re)conhecendo e mostrando que comida é fuga e, como a gente só foge do que não gosta ou do que tem medo, eu não vou mais fugir de mim e nem tampouco da minha felicidade!
Ahh… amanhã tem aulinha de sax e depois de amanhã, começo na yoga, vou conhecer a Bikram Yoga e escrevo as minhas impressões…